terça-feira, 30 de junho de 2009

CLEPTOMANÍACO


"Paciente não consegue resistir", diz psiquiatra
O psiquiatra Ícaro Pacheco, membro efetivo da Associação Psicanalítica Internacional e da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e professor da Universidade Gama Filho e da Estácio de Sá, explica as causas ambientais, familiares, biológicas e mentais que podem produzir um indivíduo com o distúrbio compulsivo conhecido como cleptomania.
Pacheco comenta ainda as crises de ansiedade que levam a este comportamento compulsivo, a repercussão disso na família e entre amigos, e explica como é o tratamento.
A cleptomania é um distúrbio compulsivo, mas pode ser controlada pelo indivíduo? Os cleptomaníacos têm noção de perigo e evitam certas situações?
É importante caracterizar o indivíduo como tendo transtorno de personalidade. A cleptomania por definição é isso, caracterizada por falhas repetidas de resistir aos impulsos de furtar objetos. O indivíduo tem consciência. Os objetos furtados não são para uso pessoal. Eles podem depois ser dados de presente, armazenados ou mesmo jogados fora. Isso caracteriza essa patologia. É um impulso ao qual a pessoa não resiste.
O distúrbio pode atingir a pessoas de qualquer faixa etária?
Geralmente são adultos. A cleptomania está classificada como transtorno de personalidade em adultos.
Qual o motivo de uma pessoa desenvolver esse distúrbio? Carência de amor, carinho e compreensão se encaixam?
Os primeiros anos são essenciais na formação da personalidade. Então, se esses anos foram problemáticos, frios, sem afetividade, podem gerar uma série de distúrbios. Uma hipótese é o sujeito encontrar nos objetos, e tentar preencher por eles, a afetividade que falou na infância. Seria uma compensação. Mas isso não é uma regra. É preciso investigar o indivíduo.
O que exatamente leva ao furto? São momentos de crise?
É o enfrentamento da ansiedade e da angústia. Assim, a pessoa age compulsivamente.
Como os familiares reagem quando ficam sabendo de um caso na família? A sociedade entende que cleptomania é um transtorno do comportamento?
O grande problema é o primeiro momento. As pessoas ficam perplexas vendo uma pessoa adulta furtando. Depois nota-se, com a repetição dos atos de furto, que há algo errado. A família do indivíduo ou superprotege ou o recusa.
Como é o tratamento? Qual o papel dos familiares e amigos?
Medicamentos podem auxiliar no controle da ansiedade e da angústia, mas é preciso um tratamento psicoterápico, de preferência psicanalítico. E a família deve ter orientação.
Como lojas e supermercados lidam com esse problema? E quando o furto se dá na sua casa, por ação de um amigo (a)? O que fazer?
Em geral, os estabelecimentos comerciais tratam o cleptomaníaco como um "ladrão". O amigo fica perplexo, raivoso. Depois, isso se repete e então se descobre que é uma compulsão, uma situação patológica.

2 comentários:

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel

yellow disse...

É ISSO AI , OBRIGADA POR PARTICIPAR.BJ.